Urgência ou exigência?

quarta-feira, junho 20, 2012

As vontades dentro de mim explodem e eu resguardo todas elas, sufocando. Porém toda vez que piso nelas, estas me cortam e sangro, arrastando o pé e acabo atrasando-me mais ainda pro que realmente desejo.
Mas, per'aí... E o que realmente desejo?
Essa pergunta existe em mim há quanto tempo?
Estou vivendo mecanicamente?
Quem sou eu?
Pra onde estou indo?
Quero ir pra lá?
Como em uma música que conheci faz poucos dias, preciso "lavar o veneno da minha pele, me mostre como me sentir completa novamente"*. É exatamente isso! Preciso recomeçar e sair da bolha da vida medíocre que tenho dado a mim mesma; da bolha que nem percebi que havia me colocado. Medíocre do ponto que não tenho forças para romper a rotina, para me libertar das preocupações acadêmicas, da pressão esmagante das responsabilidades. Nos períodos de descanso, deito no chuveiro e afogo-me na cama, onde revejo o que preciso fazer, penso no quanto me perdi e no que perdi, nas coisas que queria consertar - mesmo quando elas não possuem conserto algum - e no que gostaria tanto de me fazer. Mesmo me sentindo assim, não tenho pena de mim mesma e não quero que ninguém tenha. Sei das minhas altas exigências e a desgraça da autocrítica sob meus pensamentos.
Talvez eu também queira ir à praia, ler um bom livro em uma rede, mergulhar. A vida é assim, não é? A gente se "embolha" uma hora, parece cachorro doente**: se encolhe no canto e não quer contato com ninguém. Depois percebe que precisa ir dar uma volta... então levanta de novo, corre atrás do rabo que nem um bobo e brinca com os outros.
Você já parou pra pensar o quanto está dedicando seu tempo para brincar por aí ou não percebeu que ainda encontra-se dentro de uma bolha? Daí você fala que "não tem como". Olha, você está lendo o texto da pessoa que mais dava desculpas - esfarapadérrimas, por sinal - para si mesma sobre tudo. Esse texto é de uma das pessoas mais covardes que conheço e até ela tá voando por aí, sem velhos medos. Andando ou correndo nesse mundão, tranquilize-se: dá tempo de sair dessas ciladas contra si mesmo, sempre dá.

*"Castle of Glass", Linkin Park.
**frase com crédito ao namorado, Wesley Bastos.

3 reações

  1. Muito bom o texto Fernanda. Ótimo pra refletir(coisa que eu não tenho feito muito ultimamente,deve ser esse fenômeno da bolha). Parabéns! :)

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  2. Excelente texto Fernanda. Ótimo pra refletir sobre essa "bolha" que atinge todos nós(parece que estou em uma [bolha] pela rotina que eu tenho levado..interessante saber disso :O)
    Parabéns pelo blog :D

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  3. Gosto do que escreves, como vivemos situações parecidas, me identifico. Entendo que é preciso "sair da bolha", mas também é um pouco difícil depois que a gente se acomoda. Acho que fazem parte da série "complicado, porém necessário".
    Teamo, saudades <3

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